Campinas recebeu, nesse mais recente carnaval, o mais importante encontro do calendário inter-clubes de motonetas, o VIII ENCONTRO NACIONAL DE LAMBRETTAS E VESPAS, capitaneado pelo Motonetas Clássicas Campinas, com o apoio da Scooteria Paulista. Tratou-se de um grande enxame de dois-tempistas, com mais de uma centena de placas de diversos cantos do país, e de um filete dessa América do Sul. Abaixo Tatu e Leo Russo contam um pouco dessa intensa e caótica experiência, enquanto Alessandro Soave e o paraguaio Jorge Coronel registravam a beleza dos momentos.
SEXTA-FEIRA, 25.02.17
Esquenta
Esquenta
Na hora do almoço chegaram os primeiros: Ito, Coca e Pedroca, afinal são peças chaves e fundamentais dos Encontros Nacionais (rimou...). Restavam dois carros - no trabalho - ainda pra finalizar e podermos nos dedicar aos finalmente dos preparativos. Visitas de Alvinho, seu Paulinho, Diógenes, Alê, Betão e Sérgio, balde de óleo, recorte dos adesivos - cortesia do Robson - e a oficina de motonetas comendo solta no paralelo junto de telefonemas das Gerais. Renovação da JPS, fabricação dos troféus, corredeira que não se apronta, notícias dos Paraguaios com problemas no cubo de roda traseiro, fotos de amigos gaúchos já em terras paulistas (e de Lambrettas); o Carioca já tava em Louveira, enquanto um pé de vento tão forte tombou a Vespa do Léo. Depois das 18h o tempo virou e São Pedro Lambreteiro resolve lavar a alma e o terreno "pra nóis". Chega Dário e Bêlo, então seguimos rumo ao Camping Macuco, onde o Buia já tava por lá fazendo as honras da casa. O Fernando já tava no hotel enquanto o Jorge e sua esposa estavam no chalé cuidando das duas motonetas gaúchas e ficamos por lá assando umas carnes ,bebendo um pouco conversando um tanto até as 23h, quando deu o limite da hora e tivemos que partir. Na portaria mais um casal gaúcho chegando com sua LI no reboque, e aí tivemos a notícia de que Jacque Pacheco e Paulo Heinz já tinham sido assessorados. Kiko parece que teve alguma pane. Ao sair recebo mensagens do Danilo, que já estavam no hotel. Os paraguaios dormiram na estrada, pela Castelo Branco, e os Tapejaras junto com o argentino siambretteiro Pedro Fernandez ficaram por Curitiba aumentando o caldo do comboio que partiria ao amanhecer .


SÁBADO, 25.02.17
Recepção
Sábado começou bem cedo para vários e ainda se via asfalto molhado em alguns trechos de rodovia . A fumaça os ruídos e os rumores não paravam de chegar no Macuco. (E quando chegamos logo na primeira placa do camping no poste avisto o tal Zé Manguinho no ponto do busão, ou será que no Piauí chama Parada de Baú? Lambrão até engasgou de emoção ,não resisti dei meia volta e parei pra tirar uma foto). Seguindo rumo ao Macuco voltei pensando sobre aquelas histórias de cavalo que passa selado só uma vez na frente e perdi a chance do show de abertura do Encontro Nacional. Como é bonita a vista do lago lá do alto do barranco, e lá dentro então mais ainda. O (meu fiel amigo cão) Tóbi foi no carro de apoio e conheceu muita gente interessante, "até um neto bastardo do seu bisavô"... E era mais gente chegando, revi alguns donos de Vespas que já conhecia, amigos da região chegando, uns ficando para curtir e outros curtindo suas 2 horas. (Rolou até um ensaio fotográfico). E as placas de outros estados já começavam a chegar juntando-se às que chegaram antes. Cada grupo, um sorriso um abraço. Viagem cumprida, agora é rever os amigos, relaxar a carcaça e deixar o motorino descansar na paisagem que te encanta. Música rolando e o acampamento foi formando perto do lago. Carne assando e tobo-água empurrando nego güela abaixo. Chegados os comboios mais distantes juntou-se o pessoal dos pequenos reparos e escapes quebrados, e num é que pela primeira vez vi uma Vespa intrusa, também tinha uma flauta de saída de quase 20 cm. Oficina de Motonetas rolou solta no quintal da administração que, para a nossa sorte, tinha um ferramental quase completo, evitando deslocamento para efetuar mais reparos. Rafael Tapejara, rodador e soldador nas horas vagas, derreteu eletrodos e fez a revisão nas danadas enfermas. Na caída da noite, depois que todos foram para seus hotéis, a pesca de traíra rolou junto do Fernet Blanca com Coca, e o deslocamento da geral do acampamento para a área dos chalés. (Tinha até videogame). Brasa acesa, conversa fiada, as palmeiras em volta do lago (e aquele beiralzinho aguentou bem a galera até as 23h). Hora do silencio, que domingo teria mais...
DOMINGO 26.02.17
Passeio por Campinas, e ao Kartódromo de Paulínia / Desafio de Motonetas
Acordado depois de uma noite mal dormida pois o tampão do colchão inflável havia quebrado e a ansiedade estava a mil, lá na portaria já tinha um pessoal. Saí com o Ed Purga até em casa para emprestar a Lisbomb para ele curtir o evento pois sua Vespa teve problemas cardíacos aos 45 do 2°tempo. Na volta o bicho já estava pegando, a cena tava linda de ver, e vários que estavam a caminho haviam chegado. Preparei as tralhas, subi e infelizmente o horário limite já havia sido deixado para trás. Fizemos uma reunião básica sem microfone nem megafone, na cara e na coragem, e partimos rumo ao passeio. Os olhares, a emoção, a ajuda dos amigos a organizar a saída fazendo uma linda e grande fila na rua a frente do portão e a responsa em saber que seria o ponteiro de um comboio de 120 motonetas contadas por alguém... Era muito!

Seguimos e entramos numa das principais entradas da cidade, a Av. Prestes Maia, rumo ao Viaduto Miguel Vicente Cury, onde entramos pela Rótula - um tipo de anél viário que contorna o centro da cidade - e descemos pela Barão de Jaguara, onde a nata campineira do Café Regina ficou boquiaberta com a incrível nuvem de fumaça 2T que neblinou o prédio do Jockey Clube e o monumento a Carlos Gomes, ilustre maestro e compositor da obra O Guarany. De lá viramos na Glicério e na frente da Catedral da cidade descemos rumo ao Centro de Convivência, onde demos uma meia volta e voltamos à Rótula para passarmos em frente à Prefeitura para prestamos uma homenagem ao Antigo Casarão, onde foi situado o Clube da Lambretta de Campinas no início dos anos 60.

Desafio de Motonetas do Encontro Nacional
Esse foi uma grande surpresa ,já tinha sido tentado fazer os Desafios de Motonetas em Encontros Nacionais duas vezes, mas sem sucesso. Chegou se até a conclusão que seria impossível a realização dos dois eventos no mesmo evento, tipos água e óleo que não se misturam. Mas com um misto de teimosia, determinação e ajuda dos Pilotos do Desafio de Motonetas que arcaram com os custos do aluguel para a tarde toda conseguimos realizar esse sonho. Vários pilotos treinando, o Vlade de Jundiaí já havia se machucado, o seu João Gaspar piloto da velha guarda de Santa Catarina que veio ao Encontro Nacional só para participar do Desafio foi rodando com sua corredeira do camping até o kartódromo infiltrado no meio do comboio, e deixou seu filho Silvano Gaspar Rosa estrear conosco. A família Murari em peso junto da sua equipe Brasa. Pilotos alinhados no grid e largamos, além das duas Lambrettas especias só tinha PX no grid. O traçado tava longo sem muito miolo o que ajudaria um pouco a standinha 50/50 que acabou ficando muito pra trás, mas mesmo assim foi bonito de ver os pegas que aconteceram. Murari largou do fundo e dessa vez não foi na primeira volta que assumiu a ponta. A galera estava no apetite, Filizola disparou na frente e os Piracicabanos fecharam o paredão com a massa toda embolada no vácuo. Quando o Murari chegou o Filizola lutou bravamente pela posição, mas num erro na curva da reta oposta ele caiu já batendo com as mãos no chão. Não se conformando levantou e seguiu para recuperar as posições perdidas, mas não mais a liderança da prova. Tomei várias voltas e não passei ninguém ...hehehehhe... mas assisti pegas homéricos na pista. Depois da bandeirada, a fome saciada e a mente acalmada, liberamos a pista para todos andarem, e foi lindo de ver mais de 50 motonetas andando juntas na pista, desde o jovem Rafael Júnior Dallagasperina na standinha do seu pai, a Vanessa Amado e a Cintia Sixtie garupada na corredeira, Carlos Silva Pereira Peixinho de mala e cuia, Junaia Martins de M3, a gang da Scooteria Paulista, Jorge Luis Candia Coronel (o Paraguayo e sua Rally 200 amarela), Jorge Luiz Lajuny Borges e sua PX, e muitos outros que as fotos comprovarão a felicidade estampadas em seus rostos muito melhor que minhas palavras. Acabou que não resisti ,entrei na pista com a bandeira vermelha na mão e perguntei quem queria fazer uma brincadeira de 5 voltas e o grid ficou bonito hein ,não lembrarei quantos largaram mas bandeirar aquela largada não esquecerei jamais ,tudo fluia bem até que em dado momento aconteceu um aglomerado de pilotos na mesma curva disputando uns geladinhos que o Raphael Favero ia distribuir na pista ,mas nada grave e na sequência demos a bandeirada final para o Fernando Girotto e demais participantes. Enquanto a festa rolou na pista o céu ao redor estava carregado, São Pedro Lambreteiro mandou água em Campinas para baixar a nuvem de fumaça que levantamos, Leonardo Russo que foi atrás dos kits na rodoviária presenciou um testemunho de fé sobre a parceria de São Pedro Lambreteiro que "num fáia com nóis". ( e esse relato eu quero ler...). Alguns grupos da região já iam voltando para suas cidades, outros para os seus hotéis e até pro camping . Acho eu que um grupo fez o caminho que traçamos para a volta. O pódium e entrega de troféus aconteceram e poucos foram os que sobraram no posto do Ceasa, onde abastecemos e fizemos uma vaquinha e enquanto alguns foram ao mercado comprar os itens pro churrasco. Seguimos no comboio final pela rodovia mesmo de volta ao camping. Ao chegarmos qual não foi a nossa surpresa para quase todos que lá acampamos? São Pedro Lambreteiro segurou o rojão na pista mas alagou a área de camping, e algumas barracas, dentre elas a minha, estavam encharcadas. Esquecemos da regra das 2 horas de permanência e o grupo que estava nos hotéis ficaram na portaria até as 21hs para poder entrar. O churrasco já estava pronto, a cerveja estava gelada e durante a contraternização e entrega de troféus aconteceu a reunião geral, onde Wesley Xavier e nossos amigos do Divinópolis Vespa Clube, de MG, assumiram a missão de organizar o 9° Encontro Nacional de vespas e Lambrettas 2018. Depois das 23hs o segurança chegou para nos avisar do horário limite. Enquanto uns foram para seus quartos de hotéis outros foram aos chalés, outros às suas barracas molhadas, (e nosso amigo Marcio Fidelis encarou uma viagem de volta solitária e etílica em sua Super).
Segunda feira 27/02/2017.
Passeio Rodoviário.
Acordamos para mais um dia, teoricamente o último. Alguns amigos já partiram para seus destinos e outros ainda ficaram; tivemos pouca adesão na programação da segunda-feira, e muitos optaram em ficar para curtir e desfrutar do belo dia de sol no toboágua do Camping, enquanto em 25 motonetas seguidos de alguns carros de apoio entramos em Valinhos pela Av.dos Esportes até a Ferroviária. Então subimos o pontilhão e seguimos rumo a Estrada dos Jequitibás, vicinal que liga Valinhos a Itatiba, caminho sinuoso estre as montanhas dos vales fazendo juz ao nome da cidade. A lambretinha gaúcha do Clair Melo sofreu mas subiu, e a vista lá no alto compensou. Cruzamos Itatiba e os carros de apoio se perderam no trânsito, então fiquei a espera deles enquanto o comboio seguiu rumo à cidade de Morungaba. Depois de encontrá-las segui com o Lambrão para nos encontrarmos com o pessoal e aproveitei para dar uma bela enrolada de cabo naquelas belas curvas do caminho à Morungaba. (É uma pena que o progresso chegou nessa estrada pois o lindo bambuzal que era sua marca registrada está perdendo espaço para os eucaliptos e prédios ao redor da rodovia). Nossos amigos estavam parados no posto já abastecidos em nossa espera. Depois de abastecer seguimos rumo ao morro do Pico das Cabras, onde enfrentaríamos 7kms de estrada de terra, depois de um enrosco no facão de erosão. Cabos de marcha e embreagem sofrendo e pedras rolando, foi nesse ritmo, e chegamos ao alto do Pico, onde fizemos uma foto, apreciamos a bela paisagem, e regulamos os cabos das danadas para a descida.
Optamos pelo caminho da Fazenda Bonfim, pela beleza e pela praticidade, o que para uns foi difícil e uma grande aventura. Mas para o nosso amigo de Divinópolis foi mamão com açúcar. Parada técnica para limar o carbura da Lisbomb e depois chegamos ao ponto de almoço onde o fogão a lenha e a comida caipira desceu muito bem. Descansamos um pouco, conversamos um tanto, e as 15h partimos para desfrutar das piscinas do Camping. Passamos no distrito de Joaquim Egydio, onde estava rolando o desfile de blocos carnavalescos, e algumas blitz policiais... mas passamos tranquilamente e chegamos em Valinhos rumo ao Macuco. Ao chegarmos encontramos várias motonetas rebocadas, algumas já beirando a portaria, e um pelotão da Scooteria Paulista partindo, e ao descer a área de acampamento tive a triste sensação que o fim estava próximo ao ver apenas as lonas esquecidas no chão ao lado das pouquíssimas barracas restantes. Nada melhor que curtir a piscina então junto dos que ficaram: umas caipirinhas, toboágua, pescaria em volta dos tanques, diversão, e a reflexão do Jorge Luiz Lajuny Borges sobre o caminho da ida todo sinuoso, íngreme e demorado, com uma volta num retão de meia hora heheheheh.
TERÇA-FEIRA, 28.02.17
Dia de descanso e despedidas
Nesse dia não tinha hora pra acordar e ao subirmos para o café muitos amigos já haviam partido e outros partiram logo após tomar o café da manhã. Então fomos a piscina desfrutar da diária paga e curtir o descanso merecido depois de todos esses dias intensos ao lado dos amigos. Em dado momento Jorge Luis Coronel volta com duas mesas de bobina em mãos para trocarmos o k7, pois eles quebraram logo após o pedágio. Mal deu tempo de terminar o serviço Diego Lopez Dendia aparece rebocando pela cinta a vespa do Jorge Colman. Mesas trocadas e nossos irmãos seguiram rumo à capital paulista. Toboágua, caipirinha, curtição... quando ficamos sabendo da triste notícia do acidente em Vespa do nosso grande amigo gaúcho Paulo Heinz. Tratamos de guardar tudo, desmontar todo acampamento, carregar as tralhas na caminhoneta, nos despedirmos do restante e partirmos de volta para casa, à realidade da vida. Depois de um bom banho tomado Pedro Fernandez e eu fomos atrás de visitar o Paulo no hospital, mas como me passaram o horário de visitas errado, foi com muito custo e boa conversa que consegui entrar para vê lo dormindo tranquilo e em paz.
CONCLUSÕES GERAIS
Obrigado a todos os que vieram, e obrigado a todos os que não vieram também. Aos que queriam e não puderam estar presente, sentimos a sua falta e em breve nos encontraremos. Agradeço a todos os que tornaram essa festa possível e agradável. Obrigado mesmo! E à toda equipe do Motonetas Clássicas Campinas e Região e à Scooteria Paulista. O Encontro Nacional é um evento de todos e para todos, não tem dono, e é sim um grupo de apaixonados unidos pela mesma razão que abre seus braços e seus corações e se dedicam para receber amigos e irmãos em suas cidades, compartilhando tradições, cultura, lazer e paisagens. E por fim, não podemos permitir que burocrata nenhum nos prive e nos roube a liberdade e o direito de mantermos esse nome e essa cultura que foi e será construída e lapidada por todos nós.
Texto: Tatu Albertini
Fotos: Alessandro Soave e Jorge Coronel
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Considerações da Scooteria Paulista
Considerações da Scooteria Paulista
Por Marcio Fidelis
Antes de mais nada, aqueles que ficaram sem a camiseta/cartão postal/faixa de pedala/adesivo do Encontro Nacional, entre em contato conosco que combinamos o envio ou retirada: scooteriapaulista@gmail.com
(Há muito mais ainda a ser dito e registrado aqui sobre o VIII Encontro Nacional de Campinas 2017. Mas ficamos assim porque o tempo anda curto como nunca para todos os envolvidos. E vamos ao que precisa ser dito...). A cena nacional em motonetas clássicas vem se renovando à medida em que cada clube e grupo regionalmente estimula o scooterista à performar, criando calendário de atividades, sejam elas rodoviárias, expositivas ou domésticas. O comportamento da sua liderança ou referência - e isso fala de moral, ética, capacidade de ouvir e se expressar, valores, moderação e objetivos claros - vão refletir diretamente no perfil geral do grupo, e é nisso que morre ou vive uma associação recreativa sem fins lucrativos. Desde o primeiro Encontro Nacional, em Curitiba 2010, muitas satisfações tivemos, centenas de casos de amor e felicidade, porque é essa a maior busca do humano depois da resposta para o porquê da existência. Porém foi também intensamente vivido o estranhamento, o mal-entendido, o orgulho, o preconceito, a política suja, o desrespeito e a mentira. Eu, Fidelis, hoje faço uma auto-crítica sobre esses anos, e em partes me redimo, mas não me arrependo. Vejo o quanto fui orgulhoso e burro quando quase pus em cheque todo um belo de um clube por questões mais minhas - subculturais, regionais e ideológicas. Claro que jamais usei da mentira e da jogatina para algo - a parte da putaria é com outra galera aí - e vi algumas vezes acontecer, ano após ano, e muita gente não querer ver, se esconder, omitir, fingir, ralhar de longe, erguer o nariz e bater no peito. Dada tanta bagagem social e inter-clubista, e nunca somente como mero espectadores, que a gente da SP tem no horizonte uma meta um tanto incomum (até desnecessária a um clube de veículos): a evolução humana, no sentido dos valores superiores (tal qual o filósofo F.Nietzschie escreveu no século XIX). É em vista de uma evolução geral que defendemos a todo custo que os Encontros Nacionais sejam mantidos como foi fundado um dia: livre, aberto, e de direito à todos os clubes ativos e participantes do mesmo, e que isso seja decidido ao vivo e in loco durante o evento, no tal do olho-no-olho, consentido durante o momento de comunhão, que geralmente se dá aos domingo à noite.
Tudo o que vivemos no plano da realidade e na interface virtual foi com o coração e o compromisso de querer uma cena nacional mais unida e performática. Não contamos os quilômetros que fazemos, porque a gente anda todos os dias na cidade grande, na estrada, na noite, na chuva. Entendemos há um certo tempo que a auto-promoção de um clube ou scooterista não mudará a sua vida para melhor, e que o melhor é sermos felizes entre nós, porque nós somos os que restamos para acreditar nesses veículos que há até meia década era derretido para voltar ao cidadão em forma de lata de ervilha e carros sedan, porém que agora é objeto de adoração e investimento de quem tem grana e não anda, não participa. Utopia ou não, a gente segue acreditando (apesar do horizonte nebuloso que se apresenta na América Latina em 2 Tempos)! Foram oito Nacionais, dos quais a SP participou de sete, e eu de seis, dos quais organizamos um, e apoiamos diretamente este. Acho que a gente tem nariz suficiente para sentir o cheiro de merda do outro lado da rua, e sair em defesa de causas que devem ser coletivas e de longo prazo. Quando foi colocado, na tradicional Assembléia Geral do Encontro Nacional de Curitiba, que o debate e a decisão sobre o destino do próximo Nacional iria para a algum fórum da internet, afinal nem todos os clubes estavam presentes para o olho-no-olho, a gente disse "não". No mundo virtual as coisas são diferentes, e foi nesse ambiente que as maiores brigas e rachas aconteceram nesses sete anos de Nacionais. Então por que queremos resultados diferentes se nos envergamos a repetir a mesma fórmula? Foi por força dessa situação que o Motonetas Clássicas Campinas assumiu a oitava edição desse encontro. E o MCC deu de si o melhor que pôde, seja como tenha sido, e anarquistas que são - no caso do perfil da gestão do grupo -, mostraram que o Nacional precisa equilibrar os momentos em que o humano é mais do que a máquina, e em que as máquinas estão acima dos humanos. Tiveram falhas? Tivemos juntos! Mas deu tudo certo, e o espetáculo foi tão lindo quanto em Curitiba, Tapejara, Poços de Caldas, São Paulo e Blumenau (e certamente como em Dois Irmãos também). Corremos juntos, como corremos lado a lado com mais sete ou oito clubes desse Brasilzão. O motivo maior de existir um Encontro Nacional, para mim e para a maioria de nós da SP, é a viagem até lá, é a oportunidade de conhecermos, em Vespa e em Lambretta, lugares diferentes, culturas e caminhos. E em seguida vem o encontro entre clubes e pessoas. Foi por isso que iniciamos a coisa toda em 2010, das conversas de fóruns virtuais inter-clubes, quando foi eleita Curitiba a cidade-Sede inaugural do projeto, por estar como que no meio entre os grupos de mais expressiva atividade sobre o caso na época. Eu sempre digo e repito: é preciso lugar para dormir e descansar a bom preço, a boa-vontade e um planejamento simples da organização, e alguns souvenires especiais, porque o resto deixa com a gente, e a gente significa mais da metade dos clubes do Brasil. (Pois imagine que sem graça seriam os encontros nacionais se mantidos apenas por participantes que chegam gordos com suas motos rebocadas? Ah vá a cagare!). Portanto, dito isso, espero mesmo de todos os "líderes" de clubes e grupos do Brasil e da América do Sul tomem rumos mais honestos e coerentes com a realidade do asfalto e das pessoas desse rico "terceiro mundo". Nem seria recomeçar nada, até porque há pessoas que já não fazem sentido, se "embirutaram" dentro das próprias mentiras e como mortos-viventes resistem apenas por orgulho pelas moitas da cena. Falo pela maioria dos caras e minas que estão acreditando em vocês, porque na sua região é você quem dá as cartas. Então basta, seja tão verdadeiro quanto a sua máquina! Quem sabe a gente venha a subir o nível da coisa toda em dois anos? Depende muito disso, e nós estamos dispostos e à postos. E você, o que tem feito de bom?
Por fim comunicamos aos leitores e amigos que amanhã, dia 21 de Abril, ocasião do sétimo aniversário da SP, faremos uma bela festança em nossa pequena Sede, no bairro da Mooca, em São Paulo, casinha essa que nos abrigou por tantos anos, que recebeu e hospedou dezenas e dezenas de aventureiros em dois tempos, que testemunhou a nossa evolução, nossos debates calorosos, e nossos incontáveis momentos de alegrias. Na batida perfeita do show dos punks do Cólera, lendária banda paulistana surgida no final dos anos 70, daremos por encerrada a Segunda Fase da Scooteria Paulista, a fase clubista, existencial, subcultural/musical, e mais doméstica (apesar de coincidir com os anos mais rodoviários do clube), o que nos proporcionou como pessoas sairmos da bolha do antigomobilismo e enveredarmos por caminhos filosóficos, artísticos e emocionais, processo-chave da evolução humana. (Amanha, das 16h as 22h - o show do Cólera será as 19h -, com entrada a 8 Reais, venda de brejas especiais, artesanais e premium a preços módicos, e salgados e doces vegan da Cruelty Free).
Convidamos todos para essa festa. Endereço via WhatsApp: 11 95497-8344. E sobre a Terceira Fase do clube, essa a gente vai desenhar junto, no tempo certo, no ritmo da nova Sede. Só fiquem atentos e se aproximem os mais ousados.
Por fim, deixamos um apertado abraço e os nossos parabéns ao Motonetas Clássicas Campinas, que se agigantaram nesse Nacional!! E que venha 2018 com a nona edição, também em terras ainda desconhecidas pela maioria da cena: Divinópolis/MG, capitaneado pelo Vespa Clube Divinópolis. Toda a boa sorte aos mineiros. Contem conosco. Até breve.
2 comentários:
Ola
Preciso falar com alguém do blog.
Assunto dicas de mecânico
Ricardogbraga28@gmail.com
Ola. Vcs tem grupo no whats?
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