Faz exato um mês e a "ficha não caiu". É inacreditável, inaceitável, na condição de apenas espectadores da cadeira vazia a que honradamente Gustavo Delacorte ocupou nesse clube desde o nosso primeiro ano de atividades. Passamos esse tempo aqui de luto, um dos motivos que travaram as publicações da SP. Fica difícil escrever de verdade, à altura da nossa amizade. De fato me parece impossível fazer, mas esse é o mínimo que se possa prestar a um amigo como ele foi para mim. Portanto segue abaixo abaixo algumas linhas tristes, lembranças das suas participações no calendário nacional, e suas incontáveis contribuições para a SP. Em seguida vem o emocionante texto do Rodrigo Sonnesso ao amigo, fechando com o novo video-clipe da banda Marzela que o homenageia.
AS BOAS-VINDAS
Nos conhecemos em novembro de 2010, ocasião do I Raduno da Primavera. Delacorte ainda não tinha Vespa, estava com o pai, o seu Waldir, passando para visitar o Anderson Ballet, lambrettista que já na ocasião alimentava o blog Lambretta Brasil, inspiração ao recém-formado jornalista da baixada. Chegamos no Guarujá, na Praia do Tombo, em vinte e tantas Lambrettas e Vespas, três ou quatro delas da região - alguns de nós conhecemos o Luca Perucchi nesmo mesmo dia. E passamos pelo menos duas horas e meia proseando. Tudo era uma grande novidade para nós. Saboreávamos os passeios como uma criança que experimenta chocolate pela primeira vez. Três meses depois Delacorte orgulhoso me manda uma foto da sua primeira (e aí insparável) Vespa: uma PX, toda fodida, batendo biela, literalmente a mesma companheira que esteve ao seu lado até o último suspiro de vida. A partir desse momento ele tentaria reunir os dois-tempistas locais semanalmente, como eu fazia em São José dos Campos naqueles tempos em que vivi no Vale, e como muitos vem fazendo hoje em dia pelo interior do Brasil. Conversávamos pelo chat quase todos os dias. Nosso objetivo (até 2013) era que a cena paulista vivesse um alto grau de interação in loco, utilizando o virtual como ferramenta - e falávamos disso, em acelerar o calendário e tal. Foi nesse Raduno também que Delacorte conheceu o Luca, italiano vespista que a cada cinco frases solta um "que merda", e que mais tarde se tornaria membro da casa. Ambos vieram a ser a nossa referência em Santos, e o alto comprometimento do Delacorte com a SP o fez embaixador do Raduno da Primavera durante todo o tempo que viveu lá.
HISTÓRICO
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Recepção ao Sean Jordan (Canadá/Sérvia - Vespa 360) |
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Noite da Motoneta #1 - Sambódromo do Anhembí |
II Raduno da Primavera 2011 |
Agora voltamos ao RADUNO DA PRIMAVERA, e dessa vez ele já era embaixador do evento ali. Aportamos no Deck do Pescador, canal 5 da orla de Santos. E o Sonnesso bem lembra desse dia de sol, ocasião em que um "harleyro" imbecil que se dizia da Força Aérea quis agredí-lo com uma chave-de-fenda por ter encostado no seu capacete de um milhão de dólares. Delacorte e eu passamos uns bons minutos convencendo o cara de que o que ele fazia era vergonhoso. E deu tão certo. Essa era a primeira vez que eu dividia o comando de um evento nosso com alguém. Delacorte foi solícito do princípio ao fim, guiando a todos, fazendo o meio-de-campo com os locais. Ansioso e um pouco desastrado com as palavras ele ainda assim se virou muito bem. Tinha coração na coisa.
Virou 2012 e PX na internação. Foi nesse momento que ele começou a se interessar pelo restauro e mecânica da motonetas, participando de todos os processos junto ao seu mecânico local, o seu Luis das Vespas.
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Águas de Lindóia 2012 |
Semanas depois fizemos a grande festa, o "SP EM 2T", em São José dos Campos, e foi um dos melhores momentos desse clube em todos os aspectos: rodoviário, gastronômico, mental. Orgulhoso ele contava da magia que foi subir a Mogi-Bertioga com o Luca e já na Ayrton Senna, no mesmo momento, encontrar a gente em peso a caminho do Vale do Paraíba. Foi homérico! Teve São Paulo, ABC, Campinas, Atibaia, Osasco, Santos, Pedreira, São José dos Campos, Jacareí...
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III Desafio de Motonetas 2012 - Paulínia |
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III Raduno da Primavera - Santos |
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Empório Motoneta em Santos |
Em fevereiro organizamos em São Paulo o IV ENCONTRO NACIONAL DE VESPAS E LAMBRETTAS - encontro itinerante que no carnaval de 2017 acontecerá em Campinas e região. E vale lembrar que, até mesmo pelo espírito de liderança e autoridade, o finado amigo quase sempre se postou para ajudar no que fosse preciso a qualquer participante. E nesse divisor de águas que foi tal evento, por sinal o maior já organizado no país, Delacorte estava absolutamente decidido a ficar no clube. Sim, a partir desse momento nos tornávamos um clube de fato, deixando de lado a utopia da "rede do scooterista clássico do Estado" em prol de um pacto de compromisso e reciprocidade.
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Águas de Lindóia |
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IV RADUNO DA PRIMAVERA |
Em agosto aconteceu mais um ENCONTRO DE LAMBRETTAS, VESPAS E MOTOS ANTIGAS "DOMINGOS TONINI", organizado pelo Clube da Lambretta de Jundiaí. Delacorte e Karla estavam lá, e passamos juntos ali na banca do Almanaque Motorino que montei. Não lembro detalhes do dia, mas recordo como ele andava fascinado com as máquinas mais antigas presentes. Caras, foram tantos!
E eis que chegou dezembro e mais um grande momento unia a cena. Era o IV RADUNO DA PRIMAVERA. Foi tenso, chuvoso, arrastado, e lotado, ocasião em que decidimos suspender os experimentos e fincar bandeira na Praia do Tombo outra vez, no Guarujá. Sempre que eu atravessar aquela balsa irei me lembrar desse cara!
E o ano terminaria com a II NOITE DA MOTONETA, quando demos um rolê pela Avenida Paulista sob as luzes de Natal. Lembro que ele subiu no gás pela Imigrantes logo depois de fechar a loja. 2013, que ano foi para ele!
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Recepção ao francês Didier Vacher - Balsa Santos-Guarujá |
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I Acampamento de Verão - São Sebastião 2014 |
Eu tinha ou tenho um fanzine chamado ALMANAQUE MOTORINO, e havia armado uma festinha na esquina de casa, na Mooca, para o lançamento da quarta edição. Foi uma tarde muito boa, com vários camaradas da cidade, do interior, com chorinho ao vivo, os Brazilian Cajuns, e o casal Karla e Delacorte. Acho que foi nessa noite que chorei pra caralho conversando com ele sobre minha vida naquele momento, e ele ficou compadecido, e no dia seguinte preocupado me enviou várias mensagens. Era intenso! Se uma coisa a gente tinha certeza é que cada um ali era, ao seu tempero, urgente.
Dessa vez fora do carnaval, em maio, aconteceu o V ENCONTRO NACIONAL DE MOTONETAS, em Poços de Caldas/MG. O Empório esteve presente com a loja móvel, e ele e Luca também como condutores naqueles dias maravilhosos. Lembro que ficou muito contente que o Tatu e eu tínhamos feito as pazes naquele evento, pulou em cima da gente na hora do abraço, e dias depois soltou uma frase na Sede, algo como: "vocês têm que correr junto, vocês são o lado negro da força".
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Desafio de Motonetas - Kartódromo de Paulínia |
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Exposição "Vespa, Um Ícone Italiano" - Copa do Mundo 2014 |
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Recebendo o viajante Molfino em Santos - Copa do Mundo 2014 |
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II Girata D'Inverno - Embú das Artes |
Bem, como de costume agosto nos reservou aquele de Jundiaí: o XI ENCONTRO DE VESPAS, LAMBRETTAS E MOTOS ANTIGAS "DOMINGOS TONINI". E dessa vez quem escreveu foi ele, AQUI.
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Desafio de Motonetas - Autódromo de Araraquara |
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V Raduno da Primavera - Guarujá 2014 |
Aí veio dezembro e lembro que o Delacorte subiu para a recepção de boas-vindas ao alemão Alexander Eisheidt, que realizava uma trip em Vespa do Alasca até a Patagônia. A chegada foi retribuída pelo alemão à altura na saída, e no caminho para Curitiba ele decidiu fazer uma visitinha ao camarada em sua loja em Santos.
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VII SÃO ANIVESPAULO - Jan.2015 |
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Volta do VI ENCONTRO NACIONAL - TAPEJARA-RS |
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Praia do Camburizinho - São Sebastião - I Acampamento de Verão |
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Empório Motoneta em São Paulo |
Em setembro nos reunimos no Kartódromo de Limeira para mais DESAFIO DE MOTONETAS. Dessa vez tivemos a presença da History Channel filmando uma série sobre o Tognhas Moby Club, em que alguns de nós aparecemos para dar um grau na audiência (brincadeira!). Esse dia foi marcado por um stress comercial que levaria meses para ser desatado. São Paulo começava a estressar o jovem promissor. (Tem uma pesquisa que saiu no Yahoo que aponta que São Paulo é a cidade com o maior índice de perturbações mentais do mundo.) Precisando de "um tempo", o ano de oficialidades terminava aqui para ele. Já as extra-oficialidades não, como as quartas-feiras na Sede - muitas vezes era ele quem abria a casa -, as brejas pela cidade, os rolês em dupla ou trio.
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VIII SÃO ANIVESPAULO 2016' |
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SP EM 2T 2016 |
Seu último giro oficial foi na IV GIRATA D'INVERNO, ocasião em que reunimos algo como oitenta motonetas na rodovia Castelo Branco rumo à Santana de Parnaíba. E o cara curtiu essa! Não só ele, quase todo mundo. O comboio era gigante e organizado, fazia um belo dia de um sol, a cidadela é a coisa mais linda que se tem perto da capital, e muitos amigos do cotidiano foram nessa edição. Não acho fotos, mas vou recordar por muito tempo suas aceleradas durante a volta.
Seu último encontro com parte da cena foi em nossa Sede uma semana e meia antes de sua morte, no show do Soul Junkies (ARG). Os novos tempos estavam mexendo com ele. Sua mente abria na mesma velocidade que lhe parecia enrudecer. Delacorte já era mais durão, mandava de umas coisas que outros não, fazia acontecer e não precisava provar nada para a cena que tanto nutriu. E dentro dela fez mais amigos, alguns bem do peito, como o Animal, o China, o Forte, o Elton, o Russo, o Vitor, o Pares e outros que não me lembro agora.
POR FIM...
Foram tantas emoções, foram mesmo! Era um dos meus melhores amigos, fiel escudeiro, responsável por parte da minha Vespa atual, a Super Moskito, companheiro nos fanzines, no blog, nas coisas da Scooteria, na bebedeira, nas IPA's, nos brisas extra-terrestres, administrava a churrasqueira com zelo, e amava a Karla como ninguém. Deixou uma família linda: os pais Seu Waldir e Dona Fátima, e a irmã Giovanna. Deixou a gente tudo aqui.
Hoje, dia 04 de outubro, faz um mês que nos reunimos pela última vez com ele, dessa vez em seu velório, vitimado por um ataque cardíaco fulminante. Aos 30 anos, no seu melhor, no auge, decolando, com um caminho todo aberto à trilhar, com uma loja incrível chamada Empório Motoneta, com duas Vespas e uma Lambretta, com uma coleção de rodovias e histórias bem-vividas nelas. É muito estranho escrever isso, fazer uma retrospectiva da nossa história, e puxar na memória tanta coisa boa, tantas alegrias compartilhadas em Vespas, em Santos, São Paulo, Guarujá, São Vicente, Embú das Artes, Paranapiacaba, São Sebastião, São José dos Campos, Águas de Lindoia, Poços de Caldas, Jacareí, Santana de Parnaíba, Paulínia, Campinas, Araraquara, Limeira, Santo André. E tem mais, se fuçar acha.
Incontáveis foram a sua presença na Sede. Mais de cinquenta vezes foi o mínimo. Nós somos uma segunda família para a gente. Gostamos de nos ver, de conversar, somos solícitos a quem confiamos, brindamos, celebramos muito, comemos bem, sujamos as mãos às vezes, rodamos todo os dias, e nos dedicamos às coisas de pequena grandeza. Também brigamos, discutimos, colocamos o pau na mesa se for preciso, tudo pela verdade acima de tudo, tudo pelos princípios e pelo enorme apreço interno. Um sentimento de lealdade brota disso, algo de precioso acontece em nossas almas quando uma comunhão de verdade se estabelece. A ouro está nisso, e desculpem os mais fanáticos, o que vivemos transcende as máquinas. Porque é a vida real que levamos junto. A moto fica.
Uma das maiores qualidades do Delacorte era a prestatividade, benevolência, a boa vontade, ou como lá posso explicar isso. Ele ajudava os amigos, como disse, fazia questão de estar com eles, conosco. Nessa foto ao lado, por exemplo, é ele na tarde de 31 de dezembro de 2013 tentando consertar a embreagem da PX Trojan do Diego Pontes. Essas centenas de palavras aqui não conseguem dar conta de cinco porcento das horas-vôo que compartilhamos juntos. Brigamos umas meia-dúzia de vezes. Dois meses antes da sua morte tivemos a mais tensa das discussões. Ele já vivia no extremo do stress e não aparentava, salvo quando bebia umas a mais. Talvez eu também viva nesse extremo. Fato foi que horas depois fizemos as pazes, e eu soltei um oníssono "eu amo esse filho da puta". E não por menos. Amizade verdadeira é amor que se sente no peito.
Certamente há mais eventos que ele participou e me foge à mente agora. O que eu não contei e não caberá contar aqui porque vai faltar espaço, é o "lado B" da história, o dia-a-dia, as reuniões semanais na Sede, as presepadas na madrugada, o choro que sempre foi livre. E que ele não psicografe essas coisas por aí.
Por mais triste, imensamente triste que eu possa estar, me sinto grato pela vida ter me presentado por cinco anos e meio com um irmão mais novo. Lembro das noites que ele dormia na Scooteria e amanhecia com uma história diferente, como essa: "velho, eu acordei e tinha uma barata morta no meu umbigo".
Bebemos muito junto. Começamos nas populares Lagers brasileiras bem geladas, aí depois de uns anos a gente queria umas melhorzinhas, e de um ano e meio pra cá mergulhamos nas especiais e artesanais. Quase nunca deixei faltar IPA na Sede, muito por causa dele. Lembro de quando passamos horas bebendo umas e proseando num lugar nada a ver na Avenida dos Estados, no meio da madrugada, voltando de Santo André, falando de rock e de futuro. Flertávamos com o futuro. Lembro da gente no meu trabalho, na pizzaria do meu ex-chefe, na Qualquer assunto puxava outro. Não era totalmente fácil conversar com ele bêbado, às vezes era preciso também estar.
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Recepção aos paraguaios Carlos e Mônica na Sede: braços abertos |
Não posso falar por todos, aliás como presidente eu deveria mas não falo por todos, falo por mim, pela confiança que me depositam me sinto encorajado e ultrapasso a informalidade em alguns tantos momentos. Mas mesmo que essas palavras possam não representar o sentimento e o apreço de absolutamente todos os que estão e os que estiveram nesses seis anos de Scooteria Paulista, certamente a atitude dos membros dessa casa em comparecer em quase a totalidade ao velório na baixada, a atitude dos amigos, dos clientes dele, dos amigos antigos do hardcore, levando o eterno atrasado abraço de Adeus a um dos mais nobres amigos que tivemos nessa vida, é preciso um epitáfio literário.
Abaixo o Sonnesso assina e carimba o que mais é preciso dizer. E deixamos esse post em aberto para mais textos que vocês leitores amigos dele.
Caro Delacorte, meu grande amigo, esteja em paz. E que um dia a gente se encontre.
*Infelizmente o Empório Motoneta fechou as portas. A quem possa interessar, fica o contato do seu Waldir: (13) 98133-2545
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CARTA AO AMIGO DELACORTE
Por Rodrigo Sonnesso
Cara, que pancada que levamos no sábado! Foi forte...e doeu... doeu muito! A dor foi tanta que estamos anestesiados até agora! Mas fique tranquilo, pois quem sabe um dia ela passa... e se não passar, aprenderemos a lidar e conviver com ela em nosso dia-a-dia, não faz mal. Como você sabe, somos fortes e nos manteremos de pé... machucados, é verdade. Só que agora temos mais uma estrela para nos guiar.
Por falar em ser fortes, acho que ontem se algum de nós duvidava dessa força, não mais o fará a partir de hoje, irmão. Sabe por que? Porque ontem fizemos um Raduno cara. Sim... este passeio que você ajudou a idealizar e tanto contribuiu! O evento que sempre pôde ser considerado como "seu" evento (e com méritos!). Mas ontem não foi um raduno qualquer. Foi o raduno mais triste de nossas vidas! Não sei lhe dizer precisamente em quantos éramos, mas com certeza estávamos em mais de 30, talvez 40... coisa que em outro momento nos encheria de felicidade. Mas não ontem. Nunca o trajeto São Paulo-São Vicente foi tão dolorido.
Um de nós, tentando melhorar o clima triste, lançou uma típica piada "Delacorteana": - "Formação em Z, pessoal?". Uma ótima tentativa e uma grande homenagem... mas infelizmente não surtiu efeito.
Aliás, no raduno de ontem não havia uma Vespa ou Lambretta sequer... Nem elas suportaram a dor. Estavam de luto. Estavam chorando cada uma em sua garagem.
Uma em especial com certeza... aquela que um dia foi branca e hoje está na "cor da lataria", estilo rat. Essa chorou muito esperando pelo "pé" companheiro que iria lhe pisar no pedal de partida. Esperou... esperou e esse não veio. Não veio porque foi realizar um "outro" raduno. Raduno esse que está além de nossa simples compreensão terrena. Raduno bem mais importante que o nosso de Primavera realizado sempre em novembro.
Não foi fácil cara, mas nos abraçamos e isso nos aqueceu e nos fortaleceu. Mesmo estando em um número grande de amigos, a quantidade de ombros não era suficiente para acomodar tantas cabeças encostadas e tantos rostos inchados. Mas estávamos lá irmão, por você principalmente e também um pouco por nós, tentando colocar em prática a força e motivação que você tanto nos ensinou. Você que sempre foi um cara de histórias (ahhh como eu amo os caras de histórias!) e que sempre exerceu um papel de liderança. Você que em todos os momentos tinha uma sábia palavra para nos presentear em reuniões e batismos. Mano... você falava pra caramba, é verdade! Principalmente quando bebia umas a mais hehehehe... sempre pegávamos no seu pé dizendo para você parar de falar um pouco e fechar a matraca! Mas a verdade é que realmente nós amávamos isso, cara! Amávamos de verdade!
Nesses anos de convivência vimos seu crescimento e amadurecimento não só como um membro do clube e líder (um dos mais ativos, diga-se!), mas principalmente como homem! Suas barbas já grisalhas não nos deixavam mentir...
Ontem, em nosso até breve, olhamos para você. Vimos um rosto um pouco machucado, mas muito sereno... manso. Tranquilidade essa como se estivesse nos falando: "Galera, fiquem sossegados. Ainda estarei de prontidão, resgatando e ajudando vocês sempre que precisarem. Não sofram por isso". Mas nós sofremos. Sofremos mesmo sabendo que você nos dizia a verdade. Alguns de nós abdicaram de suas segundas-feiras de trabalho para estarem mais alguns minutos ao seu lado. Outros, não menos corajosos, enfrentaram a dura rotina de suas vidas hoje, mesmo sabendo que não ouvirão sua risada engraçada tão cedo. Mas não esquente com isso. Sabemos que ela estará sempre presente se misturando ao barulho dos motores 2 tempos e em cada ruído de troca de marcha.
O que podemos prometer agora cara, é que seremos unidos e fortes! Talvez até mais que antes, como você sempre desejou e lutou para que fôssemos. É verdade que sentiremos muita falta (mas muita mesmo!) de chegar na oficina da rua Tupi e sermos recebidos com um forte aperto de mão suja de graxa e um sorriso amistoso e alegre que sempre era tão presente.
Bem... agora temos uma boa e uma má notícia para você. A boa é que amizade é para sempre e não apenas por uma vida. A má é que você terá que nos aturar muito, te enchendo a paciência e contando todas as novidades, assim que nos reunirmos novamente um dia!
Portanto, irmão. Siga em paz! Continue sua rota e por favor, olhe por nós!
Mesmo com as almas carbonizadas (essa "peça" infelizmente ainda não conseguimos descarbonizar, como fazemos com os escapamentos de nossas Vespas) e doídas, uma coisa nos tranquiliza demais: sabemos que você foi um cara FELIZ!
Cara... doeu. Tá doendo... e vai doer pra sempre. Mas nosso amor por você é maior.
Choram familiares.
Choram amigos.
Choram Vespas e Lambrettas.
Choram familiares.
Choram amigos.
Choram Vespas e Lambrettas.
"apenas" mais um de seus bons amigos.
Fica aqui a homenagem do Marzela ao Delacorte no recente video-clip, da música que mais ele gostava da banda nacional que ele mais curtiu nos últimos anos:
*Post sujeito à correções e acréscimo de informações.
2 comentários:
Nossa!!!! Eu como sogra dele nem imaginava que aquele MARRENTO...era tão amado..percebi quando vi aquela tribo em peso chegando...Meu foi louco demais aquele povo tomando cerva e comendo pão com mortadela.....Pensei uau...quero uma latinha...fui e tirei a lata da mão do China...kkkk tadinho...Cara...acho que se eu ficar aqui anos não saberia o que te dizer ...e estranho...pois hj sinto tantas saudades dele....e olha que não o via com tanta freguencia ..mais só o amor que a Karlinha tem por ele...falar tinha por ele me soa mal...como dizer meu ex genro...Parabéns veio..tu mandou muito bem...de coração...eu como uma Espirita prometo que se ele psicografar algo novamente ...como já fez...e tiver algo sobre vcs não direi ok..
beijos e fique com Deus.
Dirce Jales
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