No final de Julho os paulistanos Daniel Turiani e Gisele Leiva - vespistas e sócios da Scooteria Paulista - estiveram pelo Velho Continente, e vespisticamente falando, viveram na cidade de Pinzgau (Áustria), dois dias inesquecíveis junto do Vespa Club Pinzgau, história que Daniel contará em duas etapas pra gente:
Já se passava do meio dia e a preocupação nos afligia. O trem de Munich para Zell am See havia atrasado 1 hora e Franz, do Vespa Club Pinzgau - até então somente um contato de Facebook nos aguardava no hotel. Neste momento eu já rezava baixinho para ele continuar esperando a gente por lá. E assim foi, meia hora depois, nós aparecemos na porta do hotel correndo com nossos mochilões chacoalhando para todos os lados. Franz acenou e nos cumprimentou em alemão sem sucesso e logo explicamos o motivo do atraso. Eles são muito rígidos com relação ao horário e principalmente neste dia, ele havia saído do trabalho somente para nos receber. Passado o susto e desculpas aceitas, ele se apressou em dizer que, se queríamos ir até o pico nos Alpes, devíamos somente trocar de roupa e partir o quanto antes, pois o tempo poderia mudar. Como estava quase 35° naquele começo de tarde, logo colocamos nossas bermudas e camisetas finas para passear nas montanhas. Ele, com um olhar reprovador, falou: - Vocês vão realmente assim? Lá em cima, a 3.000 metros de altura, ainda tem neve e é bem frio. Corremos novamente para o quarto e colocamos nossas calças de volta, segunda pele e pegamos o que tínhamos de jaquetas, que na verdade, eram somente um corta vento. Desta vez ele não disse nada, porém ao chegar à sede do clube, pediu a sua gentil esposa Renata, para providenciar duas belas jaquetas grossas, capacetes e luvas. Somente como detalhe, Franz nos aguardou no hotel e nos levou até a sede do Vespa Club Pinzgau, com sua Vespa Ape raríssima.
Já de saída para o passeio, ele nos emprestou sua Vespa 300cc, montou em sua outra Vespa idêntica e sua esposa em uma linda Vespa Rally. Deixou claro que rodaríamos na velocidade que quiséssemos e que poderíamos parar a qualquer momento para fazer as fotos. Pegamos a avenida principal da cidadela e partimos em direção a estrada. 20 minutos após, já estávamos no portão de acesso ao trecho privado do Grossglockner. Franz fez questão de abastecer as motos e pagar o pedágio, que tinha um custo bem alto, 25 euros por veículo. Uma gentileza atrás da outra!! E assim nossa aventura começou, passeando pelo vale, acelerando numa estrada perfeita, de poucas curvas e margeando um pequeno riacho que se formava pelo desgelo, até apontar a sinuosa estrada que nos levaria até o pico da montanha. E como era sinuosa! Retas de 500 metros seguidas de cotovelos a 180°, num zigue zague perigoso, sem proteção lateral na pista, somente a paisagem deslumbrante e assustadora do penhasco rochoso. Era um misto de emoções e eu literalmente tremia. Medo de estragar a moto nova e emprestada, medo de morrer, alegria de estar lá, a sensação de ver a paisagem mais bonita já vista, tudo isso em apenas 40 minutos de subida íngreme.

A Rádio Motoneta sugere a audição do garage-punk contemporâneo Austríaco:
RODRIGUEZ: T.V. Boy
2 comentários:
ESSAS VESPAS JÁ VI NO BRASIL. TEM AQUI NÃO TEM?
PJ LAMMY
A Áustria é um país lindo! Lá comi doces deliciosos também...
Espero ler mais dessa aventura do casal!
Debbie C.
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