O III Raduno da Primavera reuniu 36 scooters clássicas e mais ou menos cinquenta pessoas em prol do acontecimento. E lá no topo do Morro da Asa Delta, na miolo entre São Vicente e Santos, os scooteristas rodantes da cidades de Santos, São Vicente, São Paulo, Campinas, São Roque, Jundiaí, Taboão da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e Mauá. Chamamos isso de encontro de estradas.
Chegamos lá ao meio dia e alguma coisa no ponto combinado: o Restaurante Ao Mirante. Às 14h30 finalmente Gustavo Delacorte trazia o Daniel Turiani, Gisele, Sr.Albertini, o rebocador e família. Um pouco depois o Sergio Pasqualini - sua estréia no Raduno, na camisa do Clube da Lambretta de Jundiaí, e o Ricardo anunciaram partida. Precisavam chegar antes de escurecer, e evitando a prevista chuva do final de tarde, pois levariam uma Lambretta Standard no seu motor de 1957 até Jundiaí. Com eles partiu uma pequena leva de volta pra estrada. Vinte minutos depois outro grupo de quatro ou cinco Vespas tomou o rumo ao norte. E às 16h a última leva, a maior parte, que havia ficado até o final do almoço dos amigos socorristas e socorridos, foram, ou fomos para as motonetas. Esse sistema modular, conforme definiu o Rafael Assef, é um sistema interessante e já havia sido aplicado espontaneamente em outros giros (por exemplo nos encontros de Jundiaí). O importante é nunca voltar sozinho.
Por Marcio Fidelis

Gustavo nos guiaria até o pé do Morro, e de lá direto para o Portal de Santos. No caminho, pelo Canal 1 de Santos, meu Rádio Nextel tocou. Era o Raphael Favero perguntando por nós. Havíamos combinado de encontrá-lo e a mais amigos num Ipiranga à direita da orla. Só que nos esquecemos e seguimos direto para a saída, crendo inconscientemente que os encontraríamos em algum posto por lá. Pedi ao Favero que guiasse a turma até o segundo posto de esquina da Avenida Pinheiro Machado. Aproveitamos para abastecer e dar uma checada nas motonetas. Então Favero chegou com a turma. Estava irritado e falava da desordem. Foi mais uma desinformação, e tudo pôde ser corrigido com bastante simplicidade. No posto seguinte nos encontramos com o Gustavo e companhia ilimitada, e Favero reclamava. O Koré e eu conversamos com ele ali até que se acalmasse. Não foi a primeira vez que isso acontece, e talvez não seja a última. Só que uma crise instaurada não seria a melhor das idéias. Tudo é contornável.
Nos despedimos ali dos amigos de Santos, os cicerones Gustavo, Luca e Eric. Gustavo estava chateado pois queria que ficássemos mais em Santos, para um brinde, um rolê, um papo sem pressa. Infelizmente tínhamos que partir pois estava anunciada a previsão de chuva no final da tarde. E os primeiros amigos que naquele momento já chegavam em São Paulo enviavam mensagens desanimadoras de lá pelo celular. Juntos, quietos e concentrados seguíamos para a saída da cidade. Entramos na Rodovia dos Imigrantes e seguimos tocando na média dos 80km/h. Depois de cinco ou sete kms de giro Favero parou no acostamento. Seu pneu traseiro havia furado. Leo Vasconcelos emprestou o step da sua Vespa pois o amigo já tinha furado o seu mais cedo. Depois foi a minha vez. Antes de partirmos, o cabo do acelerador da minha Originale 150 havia soltado no carburador. Tiramos as partes e Favero o reencaixou. Seguimos então na mesma tocada. No posto de combustível seguinte encontramos a outra parte da turma parada. Tatu limpava a passagem de gasolina da Lambretta, e brincava: "Tá vendo, quer economizar no que não deve, dá nisso!". Disse que havia colocado a gasolina do tanque sujo da velha Xispa nessa Lambra e junto com a gasosa veio a ferrugem. Depois de limpado os giclés, foi só ligar a revanchista e subir a Serra. Bom, não seria lá tão fácil subir uma LI de 1964 e com garupa. Mas a melindrosa é das fortes e foi. Pista acima a frota era formada por cerca de uma dúzia de motonetas ou mais, e também dois carros: a pick-up do Sr.Albertini e o utilitário do Chico e namorada. Ambos ofereceram proteção na retaguarda do nosso comboio, e foi muito importante. Fizeram ali o papel do ferrolho, trancando a porta dos fundos. No ritmo dos 70km/h subimos. Dias depois soubemos de uma reclamação feita por uma motorista qualquer que foi publicamente na Band News FM e na Rádio Sulamerica reclamar de uma atitude do Sr.Albertini (que para proteger o nosso comboio de uma ultrapassagem arriscada que ela faria sobre nós pelo acostamento), fechou sua passagem duas vezes, impedindo a passagem da reclamante. Imprudente, ela teria arriscado uma ultrapassagem pela direita do comboio, quando a lei, no artigo 199 do Código de Trânsito Brasileiro, diz que é infração é há penalidade para veículo que "ultrapassar pela direita, salvo quando o veículo da frente estiver colocado na faixa apropriada e der sinal de que vai entrar à esquerda". O assunto foi debate entre alguns scooteristas no Facebook durante a semana. O Sr.Albertini estava conosco para nos proteger. De fato a subida da Serra é tensa em todos os anos, como bem salientou a Rosa Freitag: "também observei assustada vários carros costurando desde a faixa da esquerda até o acostamento para fazer ultrapassagens. A Ecovias não deveria liberar o acostamento, a não ser que o trânsito esteja realmente intenso - nenhuma das pistas estava com tráfego carregado". David Reader também justificou por nós a atitude: "O Codigo De Transito Brasileiro afirma que os veículos maiores são responsáveis pela proteção dos veículos menores", pode consultar. A solução encontrada pelo sr. Allbertini foi entrar na faixa da direita antes que o veículo em questão pudesse por em risco a vida dos pilotos do comboio". (Nesse domingo, amanhã, dia 18 de Novembro, faremos uma pauta sobre isso na Sede da SP, pois sentimos a necessidade de nos protegermos mais. Vivemos um ritmo frenético em cima de nossas motonetas, fazemos mais de 20 giros em comboio por ano, e estamos expostos à situações como essas a cada giro. O que podemos fazer para nos cuidar? É isso! Domingo é só colar na Sede, em São Paulo, das 14h às 18h. Pegue o endereço por email ou fone).
Voltando à rota. No Rodoanel nosso amigo David Reader entraria rumo à Regis Bittencourt. De lá seguiria com uma pick-up que o aguardava, para uma longa viagem até o berço do Vesparaná Club: Curitiba. Reginaldo Silva e Rose entrariam juntos rumo à zona norte da cidade. Ambos se borraram um pouco de medo ali pois no Rodoanel não há postos de combustível. A chuva parecia cair sobre a metrópole. Passamos pelo trecho de São Bernardo do Campo, Santo André e Diadema, até que finalmente saíamos da Ecovias direto pra Avenida Ricardo Jaffet. Buzinaço geral e adeus Raduno. Ali os remanescentes do último comboio seguia, cada qual para o seu destino, sob a breve chuva que cairia na sequência. Abaixo reporto ao leitor os pontos de vistas e os relatos de outros raduneiros. Daqui da minha parte, eu agradeço a cada scooterista que fez essa história ser rica e bem vivida. Aos cicerones santistas (Gustavo, Luca, Mario e Eric) parabenizo pela escolha do local e pelo trabalho de guia, esse Raduno superou os outros no aspecto cidade-Sede. E insisto a eles que busquem abraçar mais scooteristas perdidos na baixada, com paciência e compreensão. Ao Reginaldo e Free Willy agradeço o apoio à minha Vespa, a Internazionale presidente não poderia ficar em casa num dia como esse. Ao Restaurante Ao Mirante, agradeço a recepção, e que num futuro se organizem melhor para receber a Scooteria. Ao Serginho Pasqualini agradecemos a força com a M4 do Marcos, e à família Albertini (Motonetas Clássicas Campinas) agradecemos pelo empenho na escolta do grupo, e no reboque da PX estradeira do Turiani e Gisele. Parabéns aos 36 raduneiros dessa história. Até o próximo.
Por Rosa Freitag:
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Por Tatu Albertini:
Por Gustavo Delacorte:

5 comentários:
FOTOS
1,5,7 Aurélio Martimbianco;
2 - Eric Augusto;
3,8 - Rose Moreira;
4 - Gustavo Delacorte;
6,9 - Marcio Fidelis (câmera da Rosa);
Que orgulho ver a marca Lambretta na estrada assim. Olha essa última foot da de 1957, e a do tatu tambem, sustentando um nome que sempre será grande, o nome Lambretta. bem daqui a pouco tempo a minha estará entre a de vocês dois.
PJ LAMMY
Mais uma vez so a parabenizar o evento e organização, pena que estiquei a praia e nao deu para comparecer neste domingo.Abraços, amigos
Foi demais!
Dois estreantes raduneiros por aqui, muito agradecido eu fico amigos. Parabéns pela coragem e grato demais fico pela amizade de vocês, Chico e David Da'Vesparaná. Foi um imenso prazer dividir pista com vocês. Estamos nos preparos pro Encontro Nacional aqui, para proporcionar a todos o dia mais feliz de 2013. Será que conseguiremos? Um desafio e tanto... hehehehe. aquele abraço meus camaradas!!
Fidelis
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