Rockaway Beach. Saí as 15h30 de Porto Alegre, e conforme as indicações do Vesbretta tomei o caminho de Osório (RS) pela rota Free Way, a 290. No princípio da estrada minha Vespa apresentou uma considerável queda de rendimento. Não passava dos 60 km/h. Parei, olhei. Algo estava fora da ordem. Logo que cheguei num posto liguei para o Reginaldo na Free Willy, em São Paulo, afim de pegar um diagnóstico do patrocinador: "Tem compressão"? Tem; "algum barulho diferente?" Não! Conselho da casa: "Saca pra fora os giclês, limpa eles, troca a vela, e se prosseguir sem rendimento prossiga a viagem sem o filtro do carburador". Obedeci a todas as instruções. E sem testar o rendimento, fechei o carburador sem o filtro e sai em disparada. Pernas, para que te quero? Passava das 17h e eu ainda estava em Porto Alegre, precisava apertar o passo pois teria 450 kms de pista até a próxima etapa: Florianópolis. De fato voltei aos 90km/h de outrora, disputando terreno com qualquer CG. Passei por Alvorada e na altura de Gravataí fiz uma parada para descansar o motorino. Tentei acessar a internet, mas fiquei no quase. Completei o tanque e enrolei o cabo até a cidade de Osório, por onde conheci a Laguna dos Barros e pude contemplar de longe os cataventos do Parque Eólico. Fiz nova parada em Três Cachoeiras (RS) à beira da BR 101 e finalmente cruzei a divisa RS x SC, sob o pôr-do-sol e uma agradável brisa das prévias do verão.
O motor mantinha um excelente desempenho, sobretudo quando escureceu e a temperatuda baixou. Com o restante da luz do sol e a 90km/h pude ainda contemplar a vista da Lagoa do Sombrio, e dali em diante tomei na escuridão um trecho bastante esburacado da pista. Os caminhoneiros que pegavam essa rota devia conhecê-la muito bem pois mesmo nos trechos mais estreitos e esburacados, eles passavam no grau feito rolo compressor. Eu temia não ser notado por eles na estrada, então pilotava com um olho do peixe e outro no gato, usando os piscas da Vespa para alertá-los das minhas manobras. Em Araranguá (SC) fiz uma parada mais longa. Funcionários e clientes de um posto de combustível rodearam a Internazionale (minha Vespa), animados com a peça e com o feito. Curioso é que todo mundo tem um parente que foi 'lambreteiro' e 'louco' ao mesmo tempo. Depois que o motor esfriou por completo segui na mesma tocada, carregando na mente toda a natureza de pensamentos sobre o ser humano, e no peito uma determinação sem igual. Minha viseira já estava completamente suja com tantos insetos atropelados pelo caminho. Em partes eu me guiava pelas lanternas dos caminhões e carros, prevendo a distância e o grau das próximas curvas. Depois de Capivari de Baixo, atravessei a Lagoa de Santo Antônio por uma extensa ponte, e tentava, de cima dela, captar qualquer imagem possível da paisagem.
UMA TARDE NA OFICINA MODERNISTA
Marco vem escrevendo um grande livro em que narra diversas aventuras que vivera nos últimos encontros europeus, e giros solitários em Vespa. Uma literatura fantástica no qual ele classifica diversos tipos scooteristas de lá. Classificou-me então como um Vespista Explorer. É isso aí! Conversamos sobre clubes, Vespas x Lambrettas, a moda em voga, paixão pelo estilo de vida errante, acessórios, imigração italiana etc. Desfrutei da Lagoa Conceição e da bela vista panorâmica da praia local, além da sua entusiasmada companhia. Para chegar na Oficina Modernista é preciso cruzar a lagoa num bote, ou a nado. Devo-lhe dizer que seria fantástico uma visita da classe à esse lugar. Só vendo para entender! Queria ter passado mais tempo aqui também, de onde escrevo, mas preciso concluir os 800kms restantes até São Paulo. Amanhã dia 21 de dezembro os amigos da SP e a Trackers farão uma festança de recepção, das 18h às 23h na Trackers Tower, um edifício antigo outrora desativado.
4 comentários:
Fotos de Marcio Fidelis
Cartaz do Daniel Batata
Fechando com chave de ouro!!!
Tem previsão de horário de chegada? Me liga!!!
Oi, que lindas fotos...
Ana B.
wooooooooooooooooooooooooooooooooou!!!!!!!!
Postar um comentário